domingo, 15 de maio de 2011

Pequenas atitudes fortalecem os vínculos afetivos

Homenagem ao Dia Internacional da Família - 15 de maio.
Foto by Léla Santangelo (família incompleta) 2011

O fato das pessoas de uma mesma família se ver todos os dias não significa que são “próximos” uns dos outros. A proximidade tem a ver com afinidade e empatia. Para desenvolver essa relação de respeito, confiança e amizade, o relacionamento diário deve ser cuidadosamente trabalhado.
Não existe mágica!
O que existe é a vontade de ser feliz e fazer da sua presença na vida das pessoas, um momento de alegria e crescimento mútuo, fortalecendo os laços de amizade e cumplicidade. É reconquistar a cada dia, algo que já fora conquistado um dia.
Não basta apenas “gostar” das pessoas, sejam elas parentes de sangue ou não. É necessário construir vínculos ao longo da nossa existência.
São eles que nos fortalecem nos momentos em que estamos mais frágeis e são eles também que nos proporcionam motivos para sorrir das pequenas coisas, curtir mais a vida, desenvolver a sensibilidade ao apreciar a natureza, ouvir com atenção as mensagens do nosso coração, colocar lentes no olhar para suavizar os julgamentos precipitados, ter humildade para perdoar as pessoas, estimular a capacidade de ver o lado bom das situações, exercitar a habilidade de sorrir... Simplesmente sorrir para a vida.
Não acredito em receitas prontas de como viver melhor. Cada um tem a sua experiência de vida e sabe discernir o que está legal e o que deve ou pode ser melhorado.
O post “Histórias de Família” comenta que a mudança interior está na “mão”. Isso é fato porque os resultados que alcançamos dependem de nossas atitudes, de nossos valores e do quanto investimos no relacionamento familiar para manter ou não a união da família.
Compartilhamos aqui 10 atitudes que podem fazer a diferença entre ter uma família e pertencer a uma família unida e feliz.
O número 10 é apenas um reforço para destacar que qualquer mudança de atitude em nossa vida, depende exclusivamente de cada um de nós, ela está em nossas mãos. É uma decisão que cabe a nós tomá-la. Não vamos deixá-la escorrer por entre os nossos 10 dedos das mãos.
1. Você como exemplo
Tudo começa aqui. As suas atitudes definem se você será admirado pela sua família. Quando isso ocorre, ganhamos credibilidade e consequentemente o vínculo afetivo se torna mais forte. Às vezes quando os filhos ainda são pequenos podem não entender algumas atitudes dos pais, porque é claro que, aqueles pais que deixam seus filhos fazerem de tudo sem nenhum limite, até um determinado tempo da vida pode parecer que eles é que são bacanas. Mas com o passar dos anos, os próprios filhos reconhecem que se tivessem limites teriam se tornado pessoas melhores. Ser exemplo não é querer agradar os outros o tempo todo. Nossos filhos são, em parte, o nosso espelho.

“Não existe nada melhor do que saber que Dani e Mimi, hoje adultas, são as nossas maiores amigas. Tem pais que confundem o papel de “pais” com o de “amigos”. Quando são pequenos, precisamos ser pais para que no futuro possamos ser amigos. Amamos vocês Florzinhas alegres e perfumadas”
2. Assuma seus erros
Como não existe ninguém perfeito, errar faz parte do aprendizado. Mas só aprende quem tem a humildade de reconhecer que “pisou na bola” e em seguida não ter vergonha de pedir desculpas, mesmo que seja para alguém mais novo que você, como por exemplo, um(a) filho(a). Esse comportamento cria um ambiente de confiança e gera expectativa no outro de que uma mudança está por vir, porque esse erro talvez não se repita mais.
“Quando Dani e Mimi tinham por volta dos 2 e 4 anos e a gente chamava a atenção delas sem nenhum motivo justificável, lá vinha o nosso pedido de desculpas. Toda atitude inadequada merece a humildade de quem a praticou, reconhecendo o seu erro, independente da idade e da sua posição hierárquica familiar. Se o pai ou a mãe errou, deve se desculpar com seus filhos, sejam eles crianças ou adultos.”
3. Respeite as pessoas
Este é um bom exercício e “nadinha” fácil. Tudo aquilo que é diferente de nós ou do que acreditamos, existe a tendência de nos afastar e de rotular como algo ruim ou errado. Aceitar as diferenças é uma prática que deveria ser exercitada ainda na fase da infância, para ter mais chance de sucesso na vida adulta. Cada um tem o seu jeito de ser, o seu ritmo, a sua forma de perceber as coisas. Tentar entender os sentimentos dos outros e buscar uma forma de lidar com as diferenças, nos torna pessoas mais flexíveis, mais humanas e mais sociáveis.
“Entender de gente é saber compartilhar os sonhos das pessoas.” Santangelo
 4. Tenha senso de humor
Não leve a vida tão a sério. Se você pode conversar ou esclarecer melhor o mal entendido ou alguma coisa inadequada que o(a) filho(a) fez, ao invés de dar uma bronca, por que não colocar em prática essa atitude? Isso evita que a situação seja encarada como uma cobrança ou bronca desnecessária. Eu poderia até arriscar aqui, dizendo que em todos os momentos, uma conversa é bem mais eficaz do que discussão. O tom de voz também é um grande vilão nessas circunstâncias. Muitas vezes não é o que se fala que gera polêmica, mas sim a maneira como se expressa.
“Quando eu e minhas irmãs, as “5 inas”, éramos pequenas e papai e mamãe queriam tirar foto de nós chorando para fazer aqueles famosos quadros com diversas expressões da criança, era só papai dizer de forma ríspida “FEIA” que abríamos o maior berreiro. Com certeza não era porque ele “disse” a palavra feia, mas sim pela forma “como” ele a pronunciou.”
5. Crie momentos em família
Para fortalecer os laços familiares é importante promover atividades em conjunto, seja para jogar, comer, viajar, conversar... São pequenos momentos que fortalecem os relacionamentos entre pais, filhos, avós, tios e primos. Quando cultivamos esse hábito desde cedo, nossos filhos crescem e continuam a participar e curtir as atividades familiares.

 “Quando reunimos toda a família Santangelo, começando pela nossa Baixinha (mãezinha e vovinha), as 5 inas, o último dos moicanos” - Cacá, os agregados, os 9 netos, 1 bisneta e outro(a) ainda a caminho, é a maior festa. Quem não está acostumado pode achar que acabou de entrar em um grande mercadão. Todo mundo fala o tempo todo e na mesma hora, muita risada e latidos dos inúmeros peludinhos de 4 patas que sempre fizeram parte da nossa família, completam uma cena que sempre deixa saudade.”
6. Promova experiências
Nada como aprender fazendo. Crie brincadeiras diferentes, criativas, envolva as crianças com histórias onde elas mesmas podem ser os personagens. É principalmente nessa época que elas assimilam os valores de família, que estarão presentes em todos os momentos, e na vida adulta, serão os norteadores de suas decisões. As brincadeiras de criança bem orientadas contribuem com a formação do ser humano adulto mais consciente. O aprendizado deve ser constante e diversificado.
“O que eu ouço, eu esqueço. O que eu vejo, eu lembro. O que eu faço, eu entendo.” Confúcio

“Experiência é o que nunca faltou na vida das meninas. Desde as famosas gincanas na Chácara da Vovó Dinda com todos os primos, cursos de textura, música, dança, karatê, viagens, moradia no exterior, até o momento de sair de casa para estudar e trabalhar em outra cidade.”
7. Diálogo aberto
Como já dizia o saudoso Chacrinha: “Quem não comunica se trumbica”. E trumbica mesmo! O diálogo sempre foi a maneira mais simples e eficaz para esclarecer qualquer ponto obscuro de um relacionamento. É conversando é que a gente se entende.
“Quando Dani e Mimi eram pititicas, resolvi testar uma prática que aprendi com as “tias” da escolinha delas em Sampa. Apesar das meninas serem muito amigas e companheiras, é claro que tinha momento de briguinhas infantis. Um certo dia resolvi aplicar a experiência que consistia em pedir às meninas para irem até o quarto delas “pensar e conversar” sobre o ocorrido. Isso elas tinham entre 3 e 5 anos. Pois elas foram e depois de um tempo que elas mesmas acharam que era suficiente, retornaram à sala onde eu e meu marido estávamos para nos dar feedback. Eu estava curiosa e ao mesmo tempo querendo rir da situação por ver duas pititicas de mãos dadas dizendo que pensaram e conversaram a respeito do desentendimento e que não iriam mais brigar porque eram amigas e irmãzinhas. Achei super fofinhas. A partir de então, o diálogo sempre teve espaço em nossa vida.”
8. Esteja presente
“Eu estarei sempre ao seu lado. Seja qual for a sua decisão, conte comigo.” Essas frases ajudam a transmitir segurança para os filhos. Crianças seguras tornam-se adultos felizes e tranquilos. Crie um ambiente amistoso para que os filhos sintam que têm abertura para discutir qualquer tipo de assunto. Dê apoio a eles e segurança no momento de tomarem decisões.
“Sempre incentivamos as meninas a tomarem a sua própria decisão, desde quando pequenas. Quando retornamos de São Paulo para Uberlândia, Mimi havia completado 6 anos e ia para a 1ª série fundamental. Só que em Uberlândia nenhum colégio aceitava crianças com menos de 7 anos, com exceção de um, mas que não era o colégio que Dani iria estudar. Todos sugeriram que ela fizesse novamente o pré-primário. Mimi entendia que isso significava “repetir de ano”. Ela queria muito estudar no mesmo colégio que Dani, porém tinha que fazer o pré. Se estudasse no outro, faria a 1ª série. Chorando... ela decidiu que não queria mesmo repetir de ano e tomou a primeira grande decisão de sua vida aos 6 anos de idade: foi para a 1ª série.”
9. Celebre a vida em família
Promover momentos com todos da família é sempre uma forma de fortalecer os laços entre as diferentes gerações, seja dos baby boomers, geração X, Y ou Z.
“Desde quando nossas filhas e sobrinhos eram pequenos, eram incentivados a promover atividades de integração. As datas comemorativas sempre foram momentos de festa, emoção, brincadeira, muita risada e orgulho de todos os pais, tios e avós, quando assistiam orgulhosos os teatrinhos e apresentações culturais que os nove netos promoviam na famosa Chácara da Vovó Dinda. Até hoje esses momentos são relembrados com carinho por todos.”
10. Expresse o seu amor
Esta última dica de certa forma é consequência de todas as outras. Só quem se preocupa com suas atitudes e com os sentimentos do outro, é capaz de exercitar a arte de amar. A todo momento a palavra "amor" é pronunciada pelas pessoas. Às vezes com a força verdadeira desse sentimento e em outros momentos de forma leviana. O amor, seja ele fraterno, entre os casais ou entre amigos, estimula as pessoas a surpreenderem quem elas amam, com pequenos gestos de atenção.

“Sempre tivemos o hábito de explicitar o nosso amor por nossas Florzinhas, também em forma de bilhetinhos e cartões personalizados desde que eram pequeninas. Hoje são elas que nos surpreendem com suas artes cheias de amor, emoção, carinho e muita criatividade.”
Mensagem Dia das Mães feito por Dani e Mimi. 2011

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Como tudo isso tem ligação com as empresas?

É só transportar os acontecimentos para o ambiente corporativo.
A construção e gestão de um núcleo familiar são semelhantes aos das empresas.

Muito se comenta que o ambiente profissional está cada vez mais consumindo as pessoas, que por sua vez, mostram-se insatisfeitas com suas atividades profissionais, com o relacionamento complicado com os seus líderes, com o ambiente corporativo estressante entre muitas outras reclamações.

Por que parece ser tão difícil aplicar essas 10 dicas no ambiente empresarial?
Será que algumas pessoas que hoje estão no comando das empresas não tiveram a oportunidade de ter uma estrutura familiar estável? O que você pensa sobre isso?

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