quarta-feira, 6 de abril de 2011

Histórias de Família: passaporte para ser admitido nas empresas.



“As pessoas são contratadas pelas suas habilidades técnicas,
mas são demitidas pelo seu comportamento atitudinal.”
Essa é uma frase que cada vez mais ouvimos falar no ambiente profissional.
É muito mais fácil para uma pessoa que não tem determinado conhecimento técnico fazer um curso e em seguida colocar em prática o que aprendeu, do que a outra que precisa mudar comportamentos. Esse é um desafio que exige um olhar reflexivo para o interior de si mesmo. O processo de mudança não é simples, mas está ao alcance de todos. Ele está, analogicamente, “nas mãos” de cada um de nós:



O nosso COMPORTAMENTO tem a ver com a forma como fomos educados, com as nossas referências de certo e errado, com o significado que damos para palavras como respeito - pessoas - relacionamento, com os paradigmas adquiridos ao longo dos anos... Tem a ver com a NOSSA HISTÓRIA de vida.

Enquanto o comportamento é traduzido pelo que fazemos,
o caráter define o que somos.



Considerando basicamente dois aspectos: que a essência das pessoas vem da sua história de vida, e que geralmente as pessoas acabam sendo demitidas das empresas em função de suas atitudes e comportamentos e não de suas habilidades técnicas, é que eu questiono...
As metodologias utilizadas nos processos de contratação são adequadas
e eficientes para os dias atuais? Qual é o seu grau efetivo de contribuição?


E se os PROCESSOS DE SELEÇÃO disponibilizassem um tempo
para conhecer, de fato, a HISTÓRIA DE VIDA do candidato?





As empresas precisam se adaptar a nova realidade de comportamento das pessoas, a evolução do mercado, a configuração dos novos negócios, a forma de se relacionar e de se conectar com as pessoas, sejam elas o seu público interno ou externo.
Conhecer a “visão de mundo” de cada colaborador, entender como ele percebe a sua vida, a família, a empresa, a área, os colegas...
As pessoas atuam nas empresas a partir da visão de mundo que elas têm. Isso significa que o desempenho de suas atividades, os seus relacionamentos interpessoais, suas percepções de ética e valores e sua habilidade de encontrar soluções, são resultados dos fragmentos da sua HISTÓRIA DE VIDA e da sua capacidade de fazer conexões com outras realidades. Uma boa dica é a gente investir, continuamente, na ampliação da nossa visão de mundo.
Uma empresa só muda se as pessoas mudarem. E as pessoas só mudam se elas mudarem o seu padrão de pensamento e as suas atitudes.
“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.”
Fernando Pessoa

Será que não está passando da hora das corporações repensarem um novo modelo de avaliação dos seus candidatos a futuros profissionais de seus negócios?
Além as informações registradas no currículo, a HISTÓRIA DE VIDA do candidato poderia ser o seu passaporte para ser admitido nas empresas?
Fica aqui uma reflexão para todos nós, mas principalmente, para os gestores das empresas e das agências de recrutamento.
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Fragmentos da história de vida das nossas FLORZINHAS.

Desde o momento em que eu e meu marido resolvemos ter filhos decidimos que teríamos apenas duas crianças, independente do sexo. Decidimos também que elas seriam educadas com amor, carinho e respeito, e que o nosso grande desafio seria formar pessoas de “alma boa” e acima de tudo... Felizes!
Alguns exemplos da nossa maneira de ser com nossas kidetinhas, desde a fase em que elas eram pititicas e andavam como “patinhos”. São vários os conceitos e valores praticados: compartilhar, criar soluções sob pressão, respeito pelas pessoas, assumir os erros, planejamento, organização, relacionamento interpessoal, flexibilidade, reconhecimento...



Compartilhar: Dani - a nossa filhotinha mais velha, nunca saboreou o gostinho de ser filha única. O nosso receio dela se tornar egoísta e individualista era tão grande, que antes de sua irmãzinha nascer, ela era incentivada a compartilhar, tudo o que ganhava com o seu melhor amiguinho peludo - o nosso cachorrinho Pitu. Quando Mimi nasceu, ela não teve nenhum “xilique”, ciúmes ou qualquer outro tipo de problema.

Sob pressão: quando as nossas Florzinhas começavam a nos enrolar para realizar alguma atividade rotineira como por exemplo tomar banho, depois de muita paciência a gente "apelava" e dizia: vou contar até três! Aí, não dava outra... Elas já sabendo que haviam extrapolado o tempo normal de enrolação, deixavam a preguiça de lado e no vapt vupt, resolviam rapidinho, o que poderiam ter feito com mais tranquilidade.

Respeito pelas pessoas: sempre questionamos quando ouvimos pais dizendo aos filhos que eles precisavam respeitar os mais velhos. Dani e Mimi foram orientadas a respeitarem as pessoas pelo ser humano que são, e não apenas porque são mais velhos. Os mais novos também precisam e merecem ser respeitados.

Assumir os erros: Quando um de nós ficava bravo com as meninas por alguma coisa que não justificava essa postura, lá vinha o nosso pedido de desculpas. É dessa forma que agimos desde quando elas tinham entre 2 e 4 anos. Toda atitude inadequada merece a humildade de quem a praticou, reconhecendo o seu erro, independente da idade e da sua posição hierárquica familiar. Se o pai ou a mãe errou, deve se desculpar com seus filhos, sejam eles crianças ou adultos.

Planejamento e organização: Dani e Mimi iniciaram o aprendizado de “como arrumar uma mala para viagem” quando estavam com 5 e 3 anos. Explicava quantos dias ficaríamos fora, se o clima estaria quente ou frio e quantas roupinhas, em média, elas usariam em cada dia, dependendo da programação das atividades previstas para a nossa viagem. Orientava-as para separar e colocar em cima da cama as roupinhas que gostariam de levar. Depois de uma avaliação geral a gente selecionava o que de fato iria para dentro da mala. Esse era o combinado.
Depois de um tempo eu retornava ao quarto para ver como tinham se saído nesse novo desafio e aff... Quase caia dura pra trás quando eu via praticamente todas as roupas do armário, dobradinhas em cima da cama.
No começo, o trabalho era muito maior do que se eu mesma fizesse as malas. Mas como elas iriam aprender se não praticassem?
Com paciência, amor, carinho, respeito e compromisso com a formação dos nossos filhos, é possível educá-los para serem cidadãos conscientes, éticos, felizes e “do bem”.

"Invista na construção da HISTÓRIA DE VIDA de seus filhos para que no futuro ela possa ser o passaporte para ele assumir novos desafios profissionais e pessoais."

2 comentários:

  1. Oi...gostei muito da sua avaliação. Vivo com o mesmo questionamento na mente. Somos muito o que pensamos não é mesmo?
    Embora não tenha uma longa trajetória de experiências acumuladas no mercado de trabalho, posso afirmar que é urgente essa reforma nos RH´s da vida. Valeu. Abraço.
    www.cissacosta.com.br

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  2. Oi Cissa. Obrigada pelo comentário. Acho complicado quando percebemos que muitas empresas estão no "piloto automático", quando o assunto é Avaliação de Pessoas. São tantas ferramentas de avaliação, que os avaliadores acabam se esquecendo do mais importante: conhecer a verdadeira essência do candidato. Conhecer a sua história de vida pode ser o elemento sucesso de uma contratação. Parabéns pelo seu blog. Abs

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